9.12.12
24.9.12
sempre e nunca fora do dicionário
continua a não me apetecer passar por aqui. mas não sei se volto.
apetece desenhar árvores e estrelas e gnomos e cogumelos e fadas e luas e sol e espirais.
apetece não fazer nada e acabar com as enxaquecas de uma vez por todas.
apetece ouvir música clássica.
não sei quando vou esquecer e subir o degrau a seguir. também ninguém disse que ia ser fácil.
apetece desenhar árvores e estrelas e gnomos e cogumelos e fadas e luas e sol e espirais.
apetece não fazer nada e acabar com as enxaquecas de uma vez por todas.
apetece ouvir música clássica.
não sei quando vou esquecer e subir o degrau a seguir. também ninguém disse que ia ser fácil.
10.4.12
cobardia vs coragem vs tempo certo
um dia vou ter a coragem de contar a(s) história(s) do meu filho...
hoje ainda não é o dia...
Etiquetas:
afectos,
sem querer agradar a ninguém
16.1.12
recado
pai (onde quer que estejas):
como sabes ainda não comprei o Borda d'Água, mas já consegui podar as roseiras todas do jardim. Fiz uma bolha grande na mão por causa da tesoura, sim, mas consegui!
Ah, e entretanto choveu. Perfeito!
como sabes ainda não comprei o Borda d'Água, mas já consegui podar as roseiras todas do jardim. Fiz uma bolha grande na mão por causa da tesoura, sim, mas consegui!
Ah, e entretanto choveu. Perfeito!
Etiquetas:
avelãs,
domingos ensolarados,
o meu mundo,
saudades,
sete cores
escritas
Se eu escrevesse assim...
«Oh, que saudades do meu pai, e de ser pequenina, e de viver num Portugal se calhar tão pobre como este, mas sem nenhuma consciência disso. Que saudades de ir pela mão dele à Baixa ver as iluminações de Natal – que nesse tempo só lá é que as havia. Que bom tirar a fotografia com o Pai Natal à porta do Hotel Avenida Palace, escolher depois um presente na loja de brinquedos do italiano da Rua do Ouro e, em frente a uma montra cheia de chapéus-de-chuva, lanchar na Pastelaria Ferrari, onde havia batidos de ananás divinos e muitos espelhos para olhar o mundo. Oh, que saudades de ser criança e subir o Chiado pela mão do meu pai, de passar a loja de tecidos donde a minha mãe trazia amostras de fazendas de xadrez para os kilts da minha irmã e pedia descontos; e que bom era – afinal, o melhor momento do passeio – quando o meu pai, muito vaidoso, ia provar um fato novo cortado pelo alfaiate do Picadilly e eu podia esperar, sem medo de pedófilos, na Livraria Bertrand, onde metia o nariz nos livros e andava de sala em sala a ver tudo, como numa espécie de museu… Hoje, o País continua triste, e pobre, mas temos pronto-a-vestir e refrigerantes de lata; já não resta quase nada do que compunha essa viagem bonita, nem me resta o meu pai. A única coisa que tenho, apesar de tudo, ainda é a Bertrand.»
daqui
«Oh, que saudades do meu pai, e de ser pequenina, e de viver num Portugal se calhar tão pobre como este, mas sem nenhuma consciência disso. Que saudades de ir pela mão dele à Baixa ver as iluminações de Natal – que nesse tempo só lá é que as havia. Que bom tirar a fotografia com o Pai Natal à porta do Hotel Avenida Palace, escolher depois um presente na loja de brinquedos do italiano da Rua do Ouro e, em frente a uma montra cheia de chapéus-de-chuva, lanchar na Pastelaria Ferrari, onde havia batidos de ananás divinos e muitos espelhos para olhar o mundo. Oh, que saudades de ser criança e subir o Chiado pela mão do meu pai, de passar a loja de tecidos donde a minha mãe trazia amostras de fazendas de xadrez para os kilts da minha irmã e pedia descontos; e que bom era – afinal, o melhor momento do passeio – quando o meu pai, muito vaidoso, ia provar um fato novo cortado pelo alfaiate do Picadilly e eu podia esperar, sem medo de pedófilos, na Livraria Bertrand, onde metia o nariz nos livros e andava de sala em sala a ver tudo, como numa espécie de museu… Hoje, o País continua triste, e pobre, mas temos pronto-a-vestir e refrigerantes de lata; já não resta quase nada do que compunha essa viagem bonita, nem me resta o meu pai. A única coisa que tenho, apesar de tudo, ainda é a Bertrand.»
daqui
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