hoje esqueci o telemóvel em casa, o que apesar de não me agradar também não me deixa propriamente menos apreciadora de um dia tão solarengo e de um céu tão azul. mas fez-me lembrar pequenas frases que ouço recorrentemente ao telemóvel, como se as pessoas ficassem estranhamente possuídas por um poder (ainda) maior de dizer disparates descomunais na posse directa do objecto. então e por ordem decrescente de quantidade de vezes ouvida:
- onde estás? (para cumprimento ao atender o telefone não está mal não senhora)
- podes falar? (sim, se atendi não estou afónica, nem com nenhum problema na boca...)
- quem fala? estás incógnita? (estou? se calhar sim! qual malfadado espião...)
- não atendi logo porque não conheci o número (não faz mal, eu aguento até, vá lá, 3 toques, hein?)
- agora não posso falar...(ah! no dentista! então porque cargas de água atendeste, hhhummmm?)
- está quieta, estou a ouvir-te aos soluços...( mau, isto faz lembrar o " não mexe, não respira" do raio x, caramba)
- liguei mas não me atendeste, o que é que estavas a fazer? (...?)
- "podesme " ligar? (não sei, talvez, mas também podia continuar já a conversa, não?)
- olha se deixares de me ouvir é porque a bateria acabou...ou noutra versão - isto vai acabar, olha isto vai acabar... (será o mundo? com tanta aflição...)
e a paciência também pode ser posta à carga, às vezes acho que a minha bateria "viciou"
2 comentários:
Eu também me irrito com essas expressões mas também me irrita quando me esqueço do dito em casa. Que raio de dependência!
nem parece que vivemos tantos anos sem "eles", não é ?
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