30.1.08

todo o mundo...

perdoem-me a verborreia mas tem de ser.
o meu primeiro contacto com a restante humanidade, todos os dias é na estrada.
E lá está todo o mundo: os que parece que vão a dormir mas quando os ultrapassamos acordam e fazem questão de nos passar outra vez nem que seja pela direita;
os que vão na faixa do meio, devagar e estorvando todos os outros mas que não querem saber de ninguém;
os que acham que têm um grande carro, mas afinal é só uma espécie de carro e vão muito depressa nas descidas e muito devagar nas subidas;
os indecisos, sempre a mudar de faixa parecendo não saber bem o seu lugar;
os que realmente sentem que têm um bom carro e teimam em fazer a viagem toda na faixa da esquerda até que apareça um Porcshe ou outro parecido, que os obriga a desviarem-se e com isso ficam com o dia estragado;
aqueles que conduzem há pouco tempo e que se assustam assim que vêem alguém aproximar-se e travam a todo o momento (acontecendo às vezes o mesmo aqueles que conduzem há tempo demais...);
os que têm carros velhotes ou simplesmente não têm pressa e vão "na sua", pela direita, não incomodando no entanto ninguém (poucos, estes são poucos);
os mal dispostos com a vida a insultarem todos os outros por tudo e por nada;
aqueles já referidos acima (estes também são poucos, devem andar por outras estradas...) que quando passam por nós pensamos: o que era isto? um pássaro? o super-homem?;
os que vão lá no alto, dentro de monstros e que têm dois tipos de atitude: ou facilitam ou metem-se a torto e a direito e quem for pequeno que se desvie;
há os que acham que encarnaram um piloto de fórmula 1 e se sentem numa pista de autódromo fazendo habilidades o tempo todo, destes, uns são aqueles que depois encontramos espetados contra qualquer coisa mais à frente, os outros lá se vão safando e acham-se os melhores condutores do mundo (estarão alcoolizados logo pela manhã?...não pode ser...) levando consigo orgulhosos umas quantas buzinadelas, sinais de luzes ou até um ou outro gesto de uma linguagem gestual que seja universal, claro;
há também uns quantos que gostam de ir colados ao da frente, quais seguidores de um ídolo desconhecido que julgam lhes vai abrindo caminho (ou será que gostam de traseiras (os)?);
e há os barulhentos, que logo de manhã insistem em dar música aos vizinhos e têm daqueles acessórios com nomes esquisitos e espetaram lá com mais três ou quatro tubos de escape porque aquilo não andava e agora anda, deita fumo e faz barulho;
finalmente existem ainda umas quantas criaturas civilizadas (hein?!) que circulam simpaticamente, vá, e que diria eu, ou detestam todos os outros atrás mencionados ou escondem bem lá no fundo um bocadinho de cada um, o que são é, como direi, contidas...

Na estrada como na vida, meus caros, na estrada como na vida...

4 comentários:

O Pai disse...

Subscrevo.

Acrescentaria apenas que tenho pena que o meu carro não inclua um extra que servisse para empurrar para a faixa do lado direito, os muito condutores que insistem em circular pela esquerda ou pelo meio.

Como habitualmente tento circular pela direita (sempre que possível), por vezes fico a pensar se devo ultrapassar pela direita ou ir até à faixa da esquerda, ultrapassar o bicho e voltar para a minha faixa inicial e transformar-me tipo malabarista de circo.

Nota adicional - Muito curioso fazer os meus 200 kms diários aos dias de semana, ao fds, aos feriados, nos dias de jogo de futebol (em especial do benfica) ou em momentos de férias. É que se nota uma diferença abissal.

esquilo disse...

caro Pai,

a) seria uma ideia para aqueles senhores do tuning ou lá o que é, não?

b)eu às vezes acabo por também nãosaber o que fazer...tenho dias.

c) os meus são só 150 mas também anseio por esses dias especiais em que por vezes chego mesmo a recuperar "o prazer de conduzir" (ou isto é do anúncio, se calhar é...)

:)

Ouriço disse...

Boa leitura,
Eu cá detesto fazer estrada. Detesto.
Mas quando acontece, fico irritada com a ocupação da faixa central...

esquilo disse...

eu já gostei mais mas tudo o que é por obrigação ao fim de um tempo entedia-me brutalmente...