Não me interessa qual é o teu modo de vida.
Quero saber o que anseias, e se ousas sonhar conhecer os desejos do teu coração.
Não me interessa que idade tens.
Quero saber se te arriscas procurar que nem um louco o amor, os sonhos, a aventura de estar vivo.
Não me interessa saber quais os planetas que estão em quadratura com a tua lua.
Quero saber se tocaste o centro da tua própria dor, se estiveste aberto às traições da vida ou se te encolheste e te fechaste com medo de outros sofrimentos! Quero saber se consegues sentar-te com a dor, a minha ou a tua, sem te mexeres para a esconder, disfarçar ou compor.
Quero saber se consegues viver a alegria, a minha ou a tua; se consegues dançar com loucura e deixar que o êxtase te encha até às pontas dos pés e das mãos sem nos advertires para termos cuidado, sermos realistas, ou nos relembrares as limitações do ser humano.
Não me interessa se a história que contas é verdadeira.
Quero saber se consegues desapontar o outro para seres verdadeiro contigo mesmo; se consegues suportar a acusação de traição e não atraiçoares a tua própria alma.
Quero saber se consegues ser fiel e, por isso, digno de confiança. Quero saber se consegues ver beleza mesmo num dia não muito bonito, e se consegues alimentar a tua vida de presença de Deus. Quero saber se consegues viver com o erro, teu e meu, e mesmo assim ficar de pé à beira de um lago e gritar à Lua prateada, "Sim!"
Não me interessa onde vives nem quanto dinheiro tens.
Quero saber se, depois de uma noite de dor e desespero, exausto, dorido até ao tutano, consegues levantar-te e ocupares-te das necessidades das crianças.
Não me interessa quem és, como chegaste aqui.
Quero saber se permaneces no centro do fogo comigo sem te ires embora.
Não me interessa onde ou o quê ou com quem estudaste.
Quero saber o que te sustém interiormente quando tudo o mais cai à tua volta.
Quero saber se consegues estar só contigo mesmo; e se verdadeiramente gostas da companhia que tens nos momentos vazios.
In "O Convite" de Oriah Mountain Dreamer
31.3.10
30.3.10
histórias
a propósito da Páscoa: os ovos, pois os ovos são símbolo de fertilidade, os pássaros andam por aí a pô-los nesta época e começam agora a aparecer em grandes quantidades nos ninhos. os coelhos, pois os coelhos também são símbolo imemorial de fertilidade e nesta altura do ano nascem às mãos cheias e andam pelos campos sendo dos primeiros animais a nascerem na primavera e invadem os campos encontrando alguns dos ovos dos pássaros caídos no chão. depois há uma história qualquer de que a tradição vem da Alemanha e tal e coisa. mas basicamente é isto que se explica às crianças no jardim infantil sobre os ovos e os coelhos da Páscoa. e as amêndoas? ah pois as amêndoas não sei...parece que a amendoeira é a primeira árvore a germinar, será isso?
as histórias perdem-se um bocado na oralidade que simultaneamente ainda as mantém vivas.
28.3.10
26.3.10
24.3.10
23.3.10
Sec.XIX
"(...) Passámos pela horta, uma horta ajardinada,(...) com os seus talhões debruados de alfazema, e madressilva enroscada nos pilares de pedra, que faziam ruazinhas frescas toldadas de parra densa. E demos volta à capela, onde crescia aos dois lados da porta uma roseira chá, com uma rosa única, muito aberta, e uma moita de baunilha(...). Depois entrámos no terraço em frente da casa, com a sua baulastrada de pedra, toda enrodilhada de jasmineiros amarelos. (...) e subimos pela escadaria de pedra, no imenso silêncio em que toda a Flor de Malva repousava(...). Empurrei a porta de uma outra sala, que tinha as janelas da varanda abertas, cada uma com a gaiola de um canário."
in "A Cidade e as Serras" Eça de Queirós
22.3.10
19.3.10
sem pestanejar
uma das coisas que mais me impressionam hoje em dia é a forma como os pais obedecem aos filhos!
17.3.10
desabafo
estou triste.
acabo de saber que faleceu a professora primária da minha filha. era bastante nova e uma pessoa de uma doçura incontornável. quando um dia perguntei o que mais gostava nela a minha filha respondeu: a facto de ela me aceitar como sou. o que não é nada pouco.
tinha esse mérito, uma paciência infinita para uma ortografia menos fácil de entender (de médica como ela dizia) e para uma incontinência verbal de que sofreu nos primeiros anos de vida e para outras coisas que não devo chegar nunca a saber...
aqui fica uma homenagem aos importantíssimos professores da nossa vida que nos ensinaram a todos a ler e escrever.
ia visitá-la amiúde. sabia que tinha adoecido. fui eu que lhe dei a notícia. sempre pensei que esta primeira machadada nos afectos viesse não de uma pessoa mas através de um dos nossos animais de estimação que sendo todos já velhotes seria o mais provavel. não foi assim. uma prova dura para a minha pequena grande menina.
estou triste.
16.3.10
tudo o que é demais...
é no que dá ser demasiado cuidadosa, caramba, a minha filha (pobre dela) foi hoje mais uma vez extraír um dente de leite. já está crescida para isto mas foram todos assim, recusaram-se determinantemente a caír. são "bons demais" explicou o médico de sempre. não tem graça nenhuma. não há fome que não dê em fartura. uma ralação.
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eu explico,
haja paciência,
o meu mundo
14.3.10
13.3.10
zen
há quem defenda que o nosso grau de civilidade é directamente proporcional à capacidade de lidar com o inesperado. a expressão "impávida(o) e serena(o)" sempre muito misteriosa nunca foi tão valorizada como agora. depois do choque e por vezes de nos "faltar o chão" opta-se pela coragem e pela força de nos acharmos capazes de não reagir que também é uma forma de reacção bastante mais forte na maioria das vezes e pouco comum de apreciar regularmente. eu achava que era talvez um sinal de frieza mas não.
o mal é nem sempre tender para a presunção da nossa capacidade de fugir ao imediato. é trabalho para muitas vidas concerteza.
12.3.10
tudo e nada
Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.
Sophia de Mello Breyner
10.3.10
9.3.10
8.3.10
5.3.10
sintetizar
"(...) a maternidade reduz-nos a vida ao essencial."
Meryl Streep
pois que venha o Óscar!
Meryl Streep
pois que venha o Óscar!
Etiquetas:
(des)considerações,
cábulas descaradas,
citações
4.3.10
2.3.10
da minha Amelie privada
Cambia lo superficial
Cambia también lo profundo
Cambia el modo de pensar
Cambia todo en este mundo
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño
Cambia el mas fino brillante
De mano en mano su brillo
Cambia el nido el pajarillo
Cambia el sentir un amante
Cambia el rumbo el caminante
Aúnque esto le cause daño
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño
Cambia todo cambia
Cambia el sol en su carrera
Cuando la noche subsiste
Cambia la planta y se viste
De verde en la primavera...
Mercedes Sosa
Cambia también lo profundo
Cambia el modo de pensar
Cambia todo en este mundo
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño
Cambia el mas fino brillante
De mano en mano su brillo
Cambia el nido el pajarillo
Cambia el sentir un amante
Cambia el rumbo el caminante
Aúnque esto le cause daño
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño
Cambia todo cambia
Cambia el sol en su carrera
Cuando la noche subsiste
Cambia la planta y se viste
De verde en la primavera...
Mercedes Sosa
brincar com coisas sérias
a nossa lista de contactos telefónica é uma espécie de cartão pessoal e intransmissível de acesso à resolução das mais variadas situações. cuidado com as salas de espera dos vários sítios onde somos tentados sempre até à exaustão de "exterminar" aquele colega com quem não falamos há séculos ou o electricista que não nos respondeu à primeira tentativa... mais tarde vamos sofrer de arrependimentos e nunca se sabe se não vamos voltar a precisar de falar com alguém de quem já só temos uma vaga ideia.
toda a gente sabe que uma lista de contactos é assim uma espécie de páginas amarelas da nossa vida que dantes transportávamos nuns pequenos livrinhos de folhas mais ou menos manuseadas e que agora vive dentro de um gadget mais ou menos apetrechado e com memória variável. mas será que reflecte as nossas vivências? bom, há pouco mais de um ano e meio não constavam da minha mais de uma dezena de números de médicos das mais variadas áreas, enfermeiras e departamentos de hospitais.
qual Facebook qual quê, a minha "rede social" (para além dos amigos mais chegados) tem o alto patrocínio da Associação de Farmácias Portuguesas e da Solgar!
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